A performance Posesión será apresentada pelo artista Carlos Martiel no próximo dia 15 (quarta-feira), 15h no Museu de Arte Moderna da Bahia. Na performance proposta pelo artista cubano Carlos Martiel, as questões de classe e raça serão abordadas dentro de uma interpretação sobre o corpo negro, que continua a serviço da sociedade e historicamente tem origem no modelo escravocrata dito “abolido”.

Esse é um trabalho que reflete sobre a experiência dos corpos negros no contexto brasileiro. Uma experiência tristemente ligada a um movimento de redução e exclusão de direitos para a população negra. Em Possessão, Martiel fala do corpo negro como aquele que continua cativo, possuido pelo sistema classista e racista, que mimetiza a mesma práxis perversa de outrora. Ao mesmo tempo o artista ilumina a riqueza e beleza ancestral e a contribuição cultural desse povo subjugado, bem como à capacidade de resiliência e resistência.

Possuídos pela estrutura social que os mantém sem voz, sem acessos e com pouca ou nenhuma reparação a depender da geografia. Corpos que lutam na rotina do dia a dia pela preservação de vivências e memórias diaspóricas para nutrir a sua força.

Sobre Carlos Martiel

Carlos Martiel (1989, Havana, Cuba) vive e trabalha em Nova Iorque e Havana. Se formou em 2009 pela Escuela Nacional de Bellas Artes San Alejandro em Havana.

Entre 2008 e 2010, estudou na Cátedra Arte de Conducta, dirigida pela artista Tania Bruguera.

O trabalho de Martiel já foi incluído na 14a Bienal de Sharjah, EAU; na 14a Bienal de Cuenca, Equador; na 57a Bienal de Veneza, Itália; na Bienal de Casablanca, Marrocos; na Bienal La Otra, Colômbia; na Bienal de Liverpool, Reino Unido; na Bienal de Pontevedra, Espanha; e na Bienal de Havana, Cuba.